Desconectado, disforme...
José Luiz Quadros de Magalhães
O que é o método e porque apostamos no
formalismo para julgar o que é melhor e afastar do conhecimento o que não se
enquadra no padrão ou: a padronização para evitar a diversidade. Os obstáculos
para conhecer o diferente.
“É
ridículo(...) ver os expedientes
dos
formalistas para fazer com
que as
superfícies pareçam
um corpo, com
profundidade
e volume.”
(Bacon, 1607-12)
Neste
império da forma e dos sentidos; da superficialidade e da competição criaram
então uma forma de controle sobre a “ciência”. Enquadrar o pensamento é algo
fundamental para não perturbar a busca do prazer. A razão é perigosa para o
gozo. Ora, mas a ciência e a razão sempre foram uma forma de controlar o que se
pode pensar com liberdade.
A mesma coisa dita por pessoas diferentes tem efeitos diferentes. A mesma coisa
dita por pessoas diferentes pode ter sentidos diferentes. Toda a fantasia
construída em torno das pessoas e as sacralizações de funções, atividades,
títulos, cargos gera este efeito e encobre ou revela sentidos.
Após todo este manifesto contra a massificação, pela liberdade, contra a
tentativa permanente dos outros imporem para nós o que é melhor, o que pode ser
lido, não vamos pensar que poderemos ser facilmente livres. A gramática, a
linguagem escrita nos aprisiona, não só nos sentidos está o condicionamento do
nosso pensar mas na construção da frase. Uma palavra pede outra, e uma palavra
falta... e algum leitor, qualquer um, lerá a frase com outro sentido, uma
palavra com outro significado e a liberdade será, em parte restituída.
Deve haver
algo surpreendente publicado em alguma parede, em alguma revista pequena e mal
editada, ou em frases mal construídas com português errado. Isto é uma
esperança de liberdade, o contrário seria um elogio à mesmice.
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